“Dos cânticos, resta quase nenhuma sonoridade: um monge a escrever no avesso do século.”
Vasco Graça Moura
O que pode uma casa
numa cidade transitória,
num exílio desejado e ressentido?
É um sótão sem tesouros,
um ninho no chão
ou uma torre de astrónomo?
O que pode uma casa
numa cidade passageira
em que se vive como um viajante
retido num cerco?
Passo o tempo em conversa
com fantasmas, guardiões,
escribas no avesso dos séculos;
meço os passos sob a abóbada
estrelada da nossa memória
de cidades e de pó.
O que pode uma casa
numa cidade transitória,
num exílio desejado e ressentido?
É um sótão sem tesouros,
um ninho no chão
ou uma torre de astrónomo?
O que pode uma casa
numa cidade passageira
em que se vive como um viajante
retido num cerco?
Passo o tempo em conversa
com fantasmas, guardiões,
escribas no avesso dos séculos;
meço os passos sob a abóbada
estrelada da nossa memória
de cidades e de pó.
Gosto muito, Inês, é tão intensamente evocativo, lembrou-me Cioran também. Estou deslumbrado com prosa e poesia que aqui expôs generosamente. Sinto que não estou à altura de tudo, apenas vislumbro fragmentos, quase me consegue intimidar com a sua escrita. Obrigado
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