Na faculdade tive um professor - lúcido, desassombrado e com a personagem de misantropo bem ensaiada; um "difícil" - que numa manhã de sala (ainda mais) vazia, disse que sempre teve dificuldades com os amigos e colegas da mesma geração; havia qualquer coisa, falhas de comunicação, linguagens diferentes, ressentimentos que ninguém saberia justificar, que impossibilitavam o entendimento. E só depois dos cinquenta as dificuldades se esbateram, e os amigos diziam-lhe, perplexos, que de repente o compreendiam. Já na altura o percebi, e ultimamente tenho-me lembrado muito disto.
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