Recebemos caixões que talvez
tenham bebés, talvez bombas,
talvez nada.
Escorre um óleo negro
pelas paredes da Europa,
os esporos de um bolor que nasce
de velhos ossos esclerosados
e da juventude devorada
por uma loucura de espelhos
que envergonharia narciso.
Há dias aos quais não se sobrevive
intacto, e em que museus e catedrais
são coisas que fizémos mas não merecemos.
1935 escorre, peçonhento, nas
praças ocidentais, nos girassóis pisados,
nos despojos que o mal divide
quando se senta à mesa
para comer o mundo com as mãos.
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