«Agora mesmo, que estou inerte no
escritório, e foram todos almoçar salvo eu, fito, através da janela
baça, o velho oscilante que percorre lentamente o passeio do outro lado
da rua. Não vai bêbado; vai sonhador. Está atento ao inexistente; talvez
ainda espere. Os Deuses, se são justos em sua injustiça, nos conservem
os sonhos ainda quando sejam impossíveis, e nos dêem bons sonhos, ainda
que sejam baixos.»
Bernardo Soares, Livro do Desassossego (frg. 59)
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