domingo, 29 de outubro de 2023

Uma carta no Inverno

Ainda não é Inverno mas não podia haver leitura melhor para o primeiro fim de tarde de Domingo depois da mudança da hora, com o tempo lá fora muito feio e pesado, e sem o alívio da chuva. Sonho com longos passeios de carro por sítios meio desolados mas que ainda assim alimentam, vistos do lado de dentro do carro com música, o céu a abrir um pouco e a dar um pôr-do-sol melhor do que imaginava, enquanto voltamos a casa depois de ver o mar. Aqui não há mar, lareira ou sequer um gato que convidem à melancolia serena com um quase fundo de alegria; mas tenho a companhia dos meus, como o são Vasco Graça Moura e o seu longo poema uma carta no Inverno, com Bizâncio e Yeats a acenar lá do fundo, e o Clifford Brown e o Max Roach em repetição pela tarde dentro.

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