segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Ruínas


A great Hope
fell
You heard no
noise
The Ruin was
within
Oh cunning
Wreck
That told no
Tale
And let no
Witness in

Emily Dickinson (fac-símile aqui)

3 comentários:

  1. Inacreditável, como esta primeira estrofe ganha em ser lida coma a grafia que a Inês aplicou. Eu ainda era capaz de

    And let no
    Witness
    In

    Acentua assim uma forma de ler muito mais expressiva. Dolorosa, como sempre. Fico contudo aliviado com a composição de Carne, Caos e Alegria, é uma perspectiva animadora, não é ?
    Nem sabe como admiro/sinto os seus posts, parece que me extraem da profundeza para a superfície, como um balde traz água do poço. Às vezes mata a sede, outras vezes afoga.

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    1. Mário, obrigada pelas suas palavras, nem sei bem como lhe responder.

      Quanto ao poema da Emily Dickinson, tive pena de deixar de fora as duas alternativas que ela deixa junto the "Ruin" (damage . havoc), mas não tinha como as integrar no post de maneira que me deixasse satisfeita. Fiz algumas experiências de colagem, em papel, com a fotografia e os versos, que me deram maior liberdade, mas ainda é um trabalho em progresso (e muito de mim para mim.)
      Comprei este Verão a versão portuguesa da edição dos poemas-envelope da Emily Dickinson: é notável o trabalho que foi feito pelos editores originais, na recriação dos envelopes e da escrita que os preenche, respeitando o caos original mas tentando dar-lhe uma legibilidade que permita ao leitor uma leitura (que neste caso é sempre uma escolha) livre e informada. É um livrinho notável e tem sido um prazer explorá-lo.

      Quanto ao post seguinte, é-me agora tão necessário quanto foi a expressão mais "angustiada" do último ano. E à medida que os pesos vão sendo levantados (ou pelo menos geridos) sabe-me bem voltar a uma certa alegria que, embora ultimamente não se note muito, me é muito necessária.

      Como sempre, muito obrigada pelo seu interesse e gentileza.

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  2. Eu tinha dado conta dos poemas em envelope aqui:
    https://olivrodaareia.blogspot.com/2020/01/emily-dickinson-deixou-rascunhos-de.html
    De facto o modo como Silvertree conjuga poesia com imagem, explorando as sintonias, é admirável.

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