Não é a primeira vez que o digo, mas repito: o que me atrai não é um voyeurismo das ruínas; são os vestígios de vida, a luz sempre incomparável destes lugares, e a ideia de achar tesouros onde outros talvez só vejam ruínas e lixo; neste sentido são também uma forma de auto-retrato, porque são efabulações, obstinação em ver (criar?) mais do que talvez lá esteja realmente, e em ser agente dessa criação. E são pequenas epifanias pessoais, momentos de alívio e triunfo silencioso mas radiante, em cada porta finalmente aberta, cada nova sala descoberta depois de um lanço de escadas podre, em cada imagem que me prova que o fio de significado ainda não se quebrou, e que é possível segui-lo mesmo pelo meio da ruína.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
Mesmo na ruína
Não é a primeira vez que o digo, mas repito: o que me atrai não é um voyeurismo das ruínas; são os vestígios de vida, a luz sempre incomparável destes lugares, e a ideia de achar tesouros onde outros talvez só vejam ruínas e lixo; neste sentido são também uma forma de auto-retrato, porque são efabulações, obstinação em ver (criar?) mais do que talvez lá esteja realmente, e em ser agente dessa criação. E são pequenas epifanias pessoais, momentos de alívio e triunfo silencioso mas radiante, em cada porta finalmente aberta, cada nova sala descoberta depois de um lanço de escadas podre, em cada imagem que me prova que o fio de significado ainda não se quebrou, e que é possível segui-lo mesmo pelo meio da ruína.
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