Pergulho | Julho 2020
Pedi ao bosque que me concedesse entrada e abrigo. Deu-me tanto mais - permitiu-me que nele permanecesse sem sacrilégio, sem perturbar a sua vida invisível. Ouvi a copa dos pinheiros dançar ao vento, testemunhei o crescimento dos líquenes e das árvores, vi-me rodeada de pássaros que a minha presença não perturbou. Junto ao sobreiro antigo lembrei-me que sonhara com uma coruja que viera até mim e me prometera consolo. Encostei a testa ao tronco e agradeci.