Lisboa | Janeiro 2017
O meu mapa interior de Lisboa é (como serão os mapas interiores de toda a gente), pequeno, incompleto, feito de omissões estratégicas, lacunas incompreensíveis e repetições sentimentais. Outros aniversários tiveram no seu centro outras raízes; mas neste ano em que trabalho num lugar demasiado inho, e em que o meu contacto com a cidade se resume a aulas cansadas ao fim do dia e ao caos insustentável do metro, quis voltar com tempo à Cidade que está no coração das minhas Raízes Imaginárias - mesmo com o dito metro, as obras intermináveis, os mares de gente. Tenho até saudades de cortar caminho a custo entre a multidão na Baixa, para não perder o barco.
Assim, nos meus anos voltei aos caminhos e rituais que nunca me canso de repetir. Jantei no Terra e passei uma noite no Pavilhão Chinês a conversar sobre o que 2017 nos poderá trazer; desci o Bairro Alto, devagar e em sentido contrário; comentei pela milionésima vez como São Pedro de Alcântara à noite me lembra um quadro do Renoir; passeei na Sá da Costa; jantei sozinha num dos meus cantos favoritos da Baixa, como sempre na esplanada, a ler, irredutível contra um dos dias mais gelados do ano. E cada regresso é respirar um pouco mais fundo, ter um pouco mais mundo.
Assim, nos meus anos voltei aos caminhos e rituais que nunca me canso de repetir. Jantei no Terra e passei uma noite no Pavilhão Chinês a conversar sobre o que 2017 nos poderá trazer; desci o Bairro Alto, devagar e em sentido contrário; comentei pela milionésima vez como São Pedro de Alcântara à noite me lembra um quadro do Renoir; passeei na Sá da Costa; jantei sozinha num dos meus cantos favoritos da Baixa, como sempre na esplanada, a ler, irredutível contra um dos dias mais gelados do ano. E cada regresso é respirar um pouco mais fundo, ter um pouco mais mundo.
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