quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Os meus lugares

Ocreza
Setembro 2018

os meus lugares

old mill
old mill
old mill
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Setembro 2018



Xisto, musgo, riachos, vestígios da vida. A Beira-Baixa do meu coração.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Os baús da Avó

inside the old chests
inside the old chests
inside the old chests
inside the old chests
inside the old chests
Dezembro 2013



Caixas velhas de madeira, náufragas de outros usos, que a minha Avó usava como baús. Têm cartas, livros, fotografias, bocados de tecido, agulhas e alfinetes, sabonetes, naperons, panfletos de devoção e tanto mais. Tanto da história e do coração da minha família aqui.

Raízes

fallen tree

Uma espécie de homenagem

Janeiro 2007


Dos arquivos, em homenagem a Helena Almeida. Sem pretensões, e com gratidão.

Helena Almeida (1934 - 2018)



***


Helena Almeida (1934 - 2018)

Foi, juntamente com Francesca Woodman, uma das minhas maiores inspirações quando comecei com esta coisa dos auto-retratos. Ainda este fim de semana pensava que tinha de voltar às brincadeiras com séries e iterações, que gostava tanto de explorar e que deixei para trás, nem sei bem porquê.
E como se não bastasse o seu trabalho extraordinário, nunca li uma entrevista dela que não me deixasse a sorrir, e ainda mais quando falava da cumplicidade com o marido, e da forma como ele a ajudava na parte prática das fotografias; como alguém que ainda hoje só consegue brincar aos auto-retratos com a porta do quarto fechada, a Helena Almeida ensinou-me uma coisa ou duas acerca da confiança e da vulnerabilidade, da liberdade e do sentido de jogo. Obrigada.

***

Às vezes parece que há um diferendo entre aquilo que pensou e aquilo que os críticos vêem nas suas obras.
O que eles vêem no meu trabalho muitas vezes não coincide absolutamente nada com o que quero e outras vezes coincide e ultrapassa.

A Isabel Carlos falava num acto sacrificial perante o altar de Veneza...
Mas não era. É uma obra aberta.

Mas se a Helena não fala do seu trabalho, é normal que cada um o interprete a seu modo...
Sim, mas se não falo é porque não sei. Acho que era amor ao atelier. ...Era amor ao meu pai por ter trabalhado aqui, por eu estar a trabalhar aqui."

(...)

Quando o seu marido entra nos seus trabalhos o que nos está a querer dizer?
Naquela imagem do banco, o banco é pequenino. Estamos agarrados um ao outro de uma maneira desesperada. É como se houvesse um buraco negro à nossa volta. É mesmo um buraco negro.

Sentia isso?
Sentia necessidade de o fazer, porque um de nós vais morrer antes. ["O quê?", pergunta Artur Rosa.] Nada! ["Um de nós o quê?", insiste Artur Rosa.] Um de nós vai COMER antes! Era esse o sentido. E é isso que lá está. O banco é estreito. É muito estreitinho."

(excertos de uma entrevista ao Expresso, a 8 de Outubro de 2016)